sábado, 25 de junho de 2011

Cidadania

Hoje, há mesmo uma distorção quanto a esse conceito. Porque ser cidadão não é só ter DIREITOS e os exercer, e exigir seu satisfatório cumprimento - é ter DEVERES e cumpri-los. E a maioria das pessoas se esquece disso - ou faz questão de ignorar, o que é pior. O egoísmo faz com que o homem enxergue - com antolhos - somente os seus direitos, e ignore os seus deveres. Para que um cidadão tenha direito é preciso que outro ceda espaço para isso - espaço que pode ser cedido, sim, porque não importa na perda de direitos básicos, não importa na perda da dignidade, não importa na perda do que é essencial à sobrevivência humana. Mas a maioria não quer ceder nem no que lhe é supérfluo. E é nessa recusa intransigente que está a origem das injustiças sociais. Algumas pessoas, de forma egoísta e ganaciosa, enfeixam em suas mãos tantos direitos quantos poderiam estar divididos com milhares de pessoas. E a aquisição de tais bens se dá, não raro, através da usurpação, isto é, da apropriação por meio da força, fraude ou outro artíficio, de uma coisa, de um título, de um direito, ou de uma dignidade pertencente a outra pessoa. Na posse do direito que não é seu, o egoísta passa a lutar para que seja consolidado como seu tudo que, por justiça, pertencia a outra. É a lei da força buscando a força da lei para se “legalizar”.

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